quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Casa nova, velhos problemas

Em 1920, o Palestra Itália, com apenas 6 anos de vida, resolveu comprar o estádio que alugava no Parque Antarctica e construiu, aos poucos,  o estádio que tinha o mesmo nome do time. Em 1930, realizou o primeiro jogo noturno, com um empate em 3x3 com o Juventus. Três anos depois, as arquibancadas de madeira foram substituídas por concreto armado, aumentando a capacidade do estádio, no jogo em que o Palestra venceu o Bangu por 6x0, dando início ao mais moderno estádio de futebol até então, antes da construção do Pacaembu. Na década de 50, as arquibancadas paralelas foram unificadas pela "ferradura", proporcionando um número ainda maior de espectadores e, em 1964, o gramado elevado fez nascer os famosos "Jardins Suspensos de Palestra Itália", inaugurado com uma vitória do Palmeiras sob o Guaratinguetá em 2x0.


O Palestra, nascido na primeira década do século XX, se afasta cada vez mais do Palmeiras que agoniza nas primeiras décadas do século XXI. Uma sucessão de erros de administração culminou em dois rebaixamentos (2002 e 2012) e dois títulos ( Paulista 2008 e Copa do Brasil 2012). E a história de um time é feita através de seus títulos, mas também através de seus fracassos. O Palmeiras coleciona os dois, ainda que os insucessos, infelizmente, insistem em acontecer com maior frequência.

O grande alento do torcedor alviverde é o retorno a sua casa, mais uma vez reformada, agora com status de arena multiuso, o Allianz Parque. Muito por conta da empolgação que tal retorno traria, como de fato aconteceu na noite de ontem, a torcida teve a sensação de que o estádio novo viria com um time novo, mas isso esteve longe de acontecer. Uma atuação pífia de jogadores com a menor condição de fazer parte de um elenco cujo time tem uma história tão vencedora quanto o Palmeiras. A inauguração da nova arena ficou marcada pela derrota de 2x0 para a equipe pernambucana do Sport.


Hoje o torcedor chora. De emoção pelo estádio novo. De apreensão pela ameaça de mais um rebaixamento. De insegurança pelo futuro incerto.