quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dica de Leitura #9 - Como Viver em São Paulo sem Carro

A dica de leitura de hoje é para quem se depara todo dia com o trânsito caótico e a perda de tempo nos congestionamentos de São Paulo. O problema do trânsito remete ao tempo em que as políticas públicas priorizaram o uso do automóvel, em detrimento de um transporte coletivo que contemplasse a população, ou seja, o carro virou obrigação e não uma opção para as pessoas, já que existe toda aquela mística e glamour sobre o possante de quatro rodas, como o sonho de ter o primeiro carro e assim por diante.

Mas hoje este sonho é um pesadelo e sair às ruas com o carro é cada vez mais complicado, trabalhoso e estressante, seja pela dificuldade de locomoção ou até mesmo para encontrar um lugar para estacionar, haja paciência! Em contrapartida, parece ser a única solução de quem quer fugir de um transporte público precário, com milhares de pessoas aglomeradas em ônibus, trens e metrô com lotações máximas e problemas diários, além de tarifas não condizentes com a qualidade do serviço que prestam.









Será possível, então, viver em São Paulo sem carro? A resposta está no livro de mesmo nome, de Leão Serva e Alexandre Lafer Frankel, em sua segunda edição, com o depoimento de 15 pessoas, como a jornalista Maria Tereza Cruz, a atriz Natália Rodrigues, o médico Paulo Saldiva, entre outros,  que dão dicas de como aproveitar melhor a cidade e seus caminhos, seja de transporte público, bicicleta ou a pé mesmo.

Sabemos que a cidade necessita muito de melhorias em relação a esta questão, mas esse tipo de leitura nos faz refletir se nosso comportamento pode ser mudado para contribuir com este panorama. Procure a página do livro no Facebook, faça o download gratuito do guia e boa leitura!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Contra o Machismo

À medida em que o tempo passa, a sociedade altera seus modos e costumes comportamentais, de maneira que só percebemos isto na longa duração da História. Poucos de nós vimos os homens de antigamente levantarem levemente seus chapéus ao cumprimentarem alguém na rua, por exemplo. Podemos ter visto a evolução tecnológica do video-cassete para o dvd e depois blu-ray. Mas, infelizmente, algumas coisas não mudam.

A intolerância, o preconceito, a falta de respeito, parecem inerentes à condição humana. Esta semana, uma aluna da USP foi atacada no banheiro da Escola Politécnica. O triste caso ganhou notoriedade da mídia, contudo, quantos são os casos em que isso não acontece e o agressor escapa impunemente? A agressão, chegando às vias de fato ou não, talvez possa entendida como uma falsa superioridade que o homem tem pela mulher, o que sabemos que é uma construção ideológica histórica sem fundamento algum.

Um exemplo agressivo deste comportamento são as cantadas às quais as mulheres são submetidas todos os dias, tratadas como uma mercadoria, algo palpável e de fácil aquisição. A leitora do blog, Julia Sellanes, postou em seu perfil numa rede social o depoimento que aqui trazemos na íntegra:

"Vai virar quase um desabafo, mas pelo menos não será gratuito. E sinto, ficou mais longo do que imaginava.
Essa semana tive uma experiência absurdamente desagradável. Mas que me ensinou algo relevante: como o machismo é tão enraizado em nossa sociedade, e perpetuado fortemente pelo próprio sexo feminino. Que ( sem brincadeira) desconhece o que é Machismo.
Conto o caso: Estava eu andando até o banco, em plena avenida movimentada, horário de almoço. Na direção contrária vem vindo dois homens, e um deles, ao passar por mim resolve "mexer" comigo, incluindo uma tentativa física de " tirar um casquinha", enquanto ele passava por mim. Fiquei chocada, como que não acredita que está acontecendo, só com a reação de se afastar o mais rapidamente e correr.

(Você pode falar "Ah Julia, mas isso acontece toda hora". E eu concordo. Acontece toda hora. E por acontecer toda hora e ser algo "pequeno" para muitos, digo que o machismo está mais enraizado ainda.)

Tal foi minha surpresa que, contando para algumas colegas, recebi a seguinte resposta " Julia, isso não é machismo. Isso é desrespeito. Esse cara é um maníaco". E isso, senhoras e senhores, me deixou quase mais chocada do que o ato em si.

Como assim isso não é machismo?? É óbvio que é um desrespeito para com minha humanidade. Mas é também machismo!! Vamos tentar pensar com a cabeça daquele indivíduo, que se sentiu no direito de se aproveitar de mim naquele momento. O que esta pessoa pensa que uma mulher é? Para ele, somos como carne, como um objeto. Eu não tenho vontade própria. Não existe o mínimo achismo de imaginar que talvez eu não quisesse ser abordada por um estranho, me dizendo o que ele está afim de fazer comigo. Não existe o mínimo. Sou um cachorro vira-lata, uma lixeira, uma mulher. Existo para alguns fins específicos, dentre eles, ficar quieta e " agradecer" por ser elogiada por um estranho na rua. É óbvio que isso é machismo. Existe um sentimento de superioridade em relação a minha pessoa. Afinal "sempre ouvimos essas coisas. E sempre vamos ouvir".

Quer saber quando a coisa é "machismo" ou "sexismo"? Simplesmente troque os papéis da ação. Acha possível uma mulher INTIMIDAR um homem em plena rua movimentada? Óbvio, que existem os casos...mas é regra? É regra mulher bater em homem, dentro de casa, sem o mesmo poder se defender? É regra uma mulher estuprar um homem? É regra um homem estar andando sozinho na rua com medo de ser violentado de algum jeito por uma mulher? Não é regra, não é mesmo? Todo o contrário é muito mais possível, não? Isso é sexismo. Isso é machismo. São violências específicas, quase como uma tradição de violência, para com um ser que...bem...ninguém quer saber o que ela acha do seu "princesa", " gatinha" ou " ô la em casa", não é mesmo? Isso é sentimento de superioridade de um sexo em relação ao outro. Isso é machismo.

" Mas Julia ! Se não posso chamar a garota de gatinha na rua, como vou chegar nela?Como posso conhecê-la...afim de rolar uma linda história de amor???" . Já tentou um simples " bom dia" ? Que tal mostrar pra ela que ela é um ser humano, e não uma picanha?

Chamar o indivíduo que me abordou de " maníaco" é muito fácil. É tirar todo o teor de machismo que existe dentro dele. Ele não era um maníaco, um bêbado, cheio de crack. Tava na cara que ele saiu de algum serviço para almoçar. Era um cara normal. Pq é daí que sai o machismo! De caras absolutamente normais, pais de família. Ele não era uma maníaco. Simplesmente um cara acostumado a tratar mulher como carne. O machismo é normal. É regra. Estamos acostumadas. A tal ponto, que nem vemos o machismo, o sentimento de superioridade. Ou você não conhece nenhum homem que no mínimo um " ô lá em casa! " já não gritou para uma garota? Isso é tradição da violência. Isso é machismo."

O Futebol, História e Futilidades é totalmente contra qualquer tipo de desrespeito. 

Machismo aqui é bola fora!!! 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Andrés Sanches: O Bom, o Mau e o Feio


















Andrés Sanches pode ser enquadrado como sendo ao mesmo tempo os três personagens do clássico filme de Sergio Leone, "O Bom, o Mau e o Feio". Visto como "o Bom" por considerável parte da torcida do Corinthians; como "o Mau" por considerável parte dos torcedores adversários e, last but not least, "o Feio", tanto por sua figura do ponto de vista estético quanto por sua atuação em recentes casos, como o do "Clube dos 13", "CBF" e, mais recentemente, na reunião com Romário e Chilavert sobre o futebol sulamericano.

O Bom

Como já adiantado, Andrés é tido por considerável parte da torcida corinthiana como um grande, alguma parte o considera o maior, presidente do Corinthians. Além do "sonho da casa própria" realizado, Andrés de fato ajustou as contas do clube, agregou um novo significado e magnitude à marca Corinthians, foi responsável pela concretização dos planos de um CT moderno, o que os rivais já possuíam há boas décadas, enfim, uma série de realizações.
Ainda que muitos adeptos, e muitos adversários, consigam perceber que Andrés não é um personagem dos faroestes, maniqueísta, sua figura em muitas discussões toma forma de Deus pelos partidários e de Diabo pelos opositores. Em qualquer dos lados, o que ocorre é um pré conceito na avaliação de sua atuação como dirigente.

O Mau

Em estatísticas não oficiais, quer dizer, no puro achismo, 9 entre 10 torcedores rivais não "vão com a cara" de Andrés Sanches. Parte dessa "birra" pode se dever ao fato do status que o presidente corinthiano alçou o time de Parque São Jorge. Outra parte dessa visão dos torcedores dos demais clubes pode ser também uma reação ao modo como o ex presidente é tratado pelos torcedores alvinegros e pelo modo mais informal com que Andrés exerceu a presidência. Não me lembro de caso parecido com algum presidente de qualquer clube do mundo com aquele jogo em que Andrés assistiu junto da torcida, na arquibancada, lugar avesso ao conforto das tribunas ao qual estamos todos acostumados a ver os presidentes. Afora todo o exposto, Andrés sempre "brigou" pelos interesses do Corinthians. Quando saliento isso, quero explicitar o fato de que se a gestão encontrava algum entrave aos seus interesses gerado por algum clube, Andrés simplesmente optou pelo Corinthians em vez das soluções políticas. Caso exemplar foi o de não mais jogar alugando o estádio do Morumbi.

O Feio

Recentemente diversas reuniões "em prol do futebol como um todo" têm sido feitas. O movimento de jogadores "Bom Senso FC" em relação ao calendário vêm de uma tendência que, bem ou mal, podemos tomar como ponto a dissolução do "Clube dos 13". O monopólio do repasse dos direitos de transmissão exercido pelo "Clube dos 13" mostrava-se, no mínimo, improdutivo do ponto de vista econômico, já que as cifras no primeiro contrato negociado individualmente cresceram para todos os clubes.
A atuação de Andrés pós Corinthians, na CBF, se mostrou bastante conturbada em relação ao caso Mano Meneses. A aparente estreita relação com Ricardo Teixeira também deixava Andrés aos olhos da opinião pública como mais um vilão do futebol, já que Teixeira e sua atuação como presidente têm sido questionada há um bom tempo do ponto de vista ético. A mudança de presidente da instituição e a demissão de Mano, o técnico de Andrés, colocou anches em uma posição insustentável. A demissão era o único caminho.
O vulto de Andrés voltou a se manifestar no começo de setembro. Uma reunião para discutir o futebol sulamericano, criticado desde os tempos à frente do Corinthians, foi realizada no Parque São Jorge com as presenças mais repercutidas do deputado Romário, notabilizado no cargo com processos relativos à CBF, e Chilavert e Maradona. Os rumos ou os porquês da reunião ainda permanecem nas versões oficiais, que não cabem ser discutidas aqui graças às matérias presentes nos maiores sites de comunicação que podem facilmente ser acessadas. Porém, apenas pela presença de Andrés na reunião já foram ouvidos burburinhos em relação a esses rumos e porquês...


O objetivo deste post, autoral em seu conteúdo, não é de forma alguma encerrar ou "dar números finais à partida", mas sim oferecer um panorama do que posso perceber nessa questão. Creio que nos dois extremos das opiniões esse post não representará grande coisa. Porém, para aqueles que se colocam em posição de pensar sobre o futebol de forma mais "científica" esse post pode trazer argumentos e certa bagagem para continuarmos essa discussão que ainda está bem longe de terminar.

(Post publicado simultaneamente em http://ehtudohistoria.blogspot.com.br/)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Futebol, Crianças e Heróis



Chegou o mês das crianças e como é bom celebrar este momento de alegria junto a elas, vendo seus sorrisos estampados em toda parte. A alegria de muitas crianças da minha época, quando não havia internet e suas redes sociais que nos emaranham em frente a uma tela de celular, pc ou tablet, era a bola de futebol. Ou algo que lembrasse uma: lata, meia, jornal enrolado com fita adesiva, etc. Lembrando que se jogava na rua, ou nos terrenos ou campos de várzea, fazendo as traves com pedras, tijolos ou chinelos.

O futebol, portanto, estava integrado ao cotidiano infantil e as discussões clubísticas eram inevitáveis, cito como exemplo o trio-de-ferro paulista, com importante destaque na década de 90, o Palmeiras com a Era Parmalat, o São Paulo de Telê e o Corinthians de Marcelinho Carioca.

Outro fato marcante na infância de muitos eram as histórias em quadrinhos da Marvel e da DC Comics publicadas aqui pela Editora Abril. Homem-Aranha, Hulk, Superman e Batman, entre tantos outros, dividiam lugar na banca de jornal com os álbuns de figurinhas do Campeonato Brasileiro.

Para unir esta paixão pelo futebol com o mundo dos heróis, a Revista Placar, da mesma editora, criou, em 1995, uma sessão chamada Os Super-Heróis da Bola. Era um grupo de 12 heróis, cada qual representando um time do Eixo Rio-São Paulo, além de Minas e Rio Grande do Sul. Assim sendo, temos:




TRIMINATOR - FLUMINENSE
COLORADO DO ESPAÇO - INTER-RS
GALO VINGADOR - ATLÉTICO-MG
CYBERPORK - PALMEIRAS
LANÇA CHAMAS - BOTAFOGO
ACQUATÔMICO - SANTOS
THUNDER TRICOLOR - SÃO PAULO
POWER URUBU - FLAMENGO
CAPITÃO VASCO - VASCO
MEGA TIMÃO - CORINTHIANS
FOX - CRUZEIRO
ESPADACHIM AZUL - GRÊMIO



O projeto, do então redator de direção, Marcelo Duarte, não surtiu o efeito desejado e acabou sendo engavetado. Mesmo assim, vale a pena usar um pouco a imaginação e viajar nessas histórias onde nosso time é mais que nosso eterno campeão, é o nosso herói, nosso sonho de criança. Até a próxima!