Andrés Sanches pode ser enquadrado como sendo ao mesmo tempo os três personagens do clássico filme de Sergio Leone, "O Bom, o Mau e o Feio". Visto como "o Bom" por considerável parte da torcida do Corinthians; como "o Mau" por considerável parte dos torcedores adversários e, last but not least, "o Feio", tanto por sua figura do ponto de vista estético quanto por sua atuação em recentes casos, como o do "Clube dos 13", "CBF" e, mais recentemente, na reunião com Romário e Chilavert sobre o futebol sulamericano.
O Bom
Como já adiantado, Andrés é tido por considerável parte da torcida corinthiana como um grande, alguma parte o considera o maior, presidente do Corinthians. Além do "sonho da casa própria" realizado, Andrés de fato ajustou as contas do clube, agregou um novo significado e magnitude à marca Corinthians, foi responsável pela concretização dos planos de um CT moderno, o que os rivais já possuíam há boas décadas, enfim, uma série de realizações.
Ainda que muitos adeptos, e muitos adversários, consigam perceber que Andrés não é um personagem dos faroestes, maniqueísta, sua figura em muitas discussões toma forma de Deus pelos partidários e de Diabo pelos opositores. Em qualquer dos lados, o que ocorre é um pré conceito na avaliação de sua atuação como dirigente.
O Mau
Em estatísticas não oficiais, quer dizer, no puro achismo, 9 entre 10 torcedores rivais não "vão com a cara" de Andrés Sanches. Parte dessa "birra" pode se dever ao fato do status que o presidente corinthiano alçou o time de Parque São Jorge. Outra parte dessa visão dos torcedores dos demais clubes pode ser também uma reação ao modo como o ex presidente é tratado pelos torcedores alvinegros e pelo modo mais informal com que Andrés exerceu a presidência. Não me lembro de caso parecido com algum presidente de qualquer clube do mundo com aquele jogo em que Andrés assistiu junto da torcida, na arquibancada, lugar avesso ao conforto das tribunas ao qual estamos todos acostumados a ver os presidentes. Afora todo o exposto, Andrés sempre "brigou" pelos interesses do Corinthians. Quando saliento isso, quero explicitar o fato de que se a gestão encontrava algum entrave aos seus interesses gerado por algum clube, Andrés simplesmente optou pelo Corinthians em vez das soluções políticas. Caso exemplar foi o de não mais jogar alugando o estádio do Morumbi.
O Feio
Recentemente diversas reuniões "em prol do futebol como um todo" têm sido feitas. O movimento de jogadores "Bom Senso FC" em relação ao calendário vêm de uma tendência que, bem ou mal, podemos tomar como ponto a dissolução do "Clube dos 13". O monopólio do repasse dos direitos de transmissão exercido pelo "Clube dos 13" mostrava-se, no mínimo, improdutivo do ponto de vista econômico, já que as cifras no primeiro contrato negociado individualmente cresceram para todos os clubes.
A atuação de Andrés pós Corinthians, na CBF, se mostrou bastante conturbada em relação ao caso Mano Meneses. A aparente estreita relação com Ricardo Teixeira também deixava Andrés aos olhos da opinião pública como mais um vilão do futebol, já que Teixeira e sua atuação como presidente têm sido questionada há um bom tempo do ponto de vista ético. A mudança de presidente da instituição e a demissão de Mano, o técnico de Andrés, colocou anches em uma posição insustentável. A demissão era o único caminho.
O vulto de Andrés voltou a se manifestar no começo de setembro. Uma reunião para discutir o futebol sulamericano, criticado desde os tempos à frente do Corinthians, foi realizada no Parque São Jorge com as presenças mais repercutidas do deputado Romário, notabilizado no cargo com processos relativos à CBF, e Chilavert e Maradona. Os rumos ou os porquês da reunião ainda permanecem nas versões oficiais, que não cabem ser discutidas aqui graças às matérias presentes nos maiores sites de comunicação que podem facilmente ser acessadas. Porém, apenas pela presença de Andrés na reunião já foram ouvidos burburinhos em relação a esses rumos e porquês...
O objetivo deste post, autoral em seu conteúdo, não é de forma alguma encerrar ou "dar números finais à partida", mas sim oferecer um panorama do que posso perceber nessa questão. Creio que nos dois extremos das opiniões esse post não representará grande coisa. Porém, para aqueles que se colocam em posição de pensar sobre o futebol de forma mais "científica" esse post pode trazer argumentos e certa bagagem para continuarmos essa discussão que ainda está bem longe de terminar.
(Post publicado simultaneamente em http://ehtudohistoria.blogspot.com.br/)
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