sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Futebol Na TV é Mais Emoção. Será?



Olá amigos. Certa vez, assistindo a uma palestra na faculdade da renomada professora Marilena Chauí sobre a influência da mídia no cotidiano uma pergunta dela me intrigou e hoje, anos depois, ainda não encontrei uma resposta a esta indagação.

Ela perguntou a todos da plateia algo do tipo, por que precisamos de um narrador em um jogo de futebol na TV, se o que ele diz está diante de nossos olhos na tela? De fato, a professora tem razão mas, se o narrador não tem tanta importância na partida, o que dizer então dos comentaristas? Me parece até ser este o caminho natural de grande parte dos ex-jogadores: tornar-se técnico ou comentarista. Ou os dois, casos de Falcão e Júnior, por exemplo.

Mas o bom desempenho nos campos é garantia de sucesso ao microfone? Quem se lembra do “Pelé calado é um poeta” de Romário? Agora ele resolveu esculachar Mano Menezes via twitter pela campanha em Londres. Baixinho polêmico, no campo e na cabine de transmissão, tal qual Neto, o Craque e agora também Muller, que parece querer seguir a mesma linha de raciocínio que busca notoriedade e audiência de forma negativa. Há os que adotam o perfil de bom moço e procuram analisar o óbvio, como Caio Ribeiro e Denílson e os que, se não escondem suas preferências, tentam até demonstrar certa imparcialidade em seus comentários como Casagrande e Edmundo.

Voltando aos narradores, certamente sua importância maior se dá na hora do gol, pois eles são os responsáveis por transmitir somente uma parcela da emoção que é ver um gol ao vivo no estádio, no calor da torcida. E, quando são aqueles jogos terríveis de se ver, eles precisam prender a atenção do telespectador de alguma forma, por isso, na minha opinião, ninguém faz isso hoje melhor que Milton Leite. Que fase que ele está, hein!

Ouvir o jogo pelo radinho de pilha é uma tradição que passa de pai para filho, como a herança em torcer para o mesmo time, na maioria das vezes. E para o locutor este trabalho de narrar o jogo me parece ser ainda mais difícil pelo dinamismo que é e por mexer com a imaginação de quem está do outro lado com o ouvido colado ligado no jogo.

De qualquer forma, pelo amor dos seus filhinhos, não seja um corpo estendido no chão, acompanhe o seu time de coração, seja no rádio, na TV ou na Internet pois, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo! Que beleza!!!

sábado, 18 de agosto de 2012

A Crise Econômica e o Futebol


As crises econômicas são inevitáveis ao sistema capitalista, disse Karl Marx.

O mundo vem assistindo a uma grande crise econômica durante os últimos cinco anos. Tudo começou com a quebra do Lehman Brothers, tradicional banco de investimentos norte-americano, que desencadeou uma série de quebras de outras instituições financeiras. A crise não se restringiu apenas ao sistema econômico dos Estados Unidos: o efeito sistêmico ocorrido atingiu todo o mercado financeiro mundial e em poucas semanas começou a atingir a Europa e o primeiro “sintoma” foi à estatização de um dos maiores bancos islandeses.

Os países europeus – principalmente os da Zona do Euro – criaram pacotes na tentativa de evitar o colapso de seus sistemas financeiros. No entanto, nenhuma política econômica foi eficiente e em 2011 a crise se instalou de vez na Europa, pois faltou justamente uma melhor gestão política da União Européia em gerir os endividamentos públicos de países como Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e em maior gravidade na Grécia.

O resultado disso foi fuga de capital, falta de crédito, aumento de desemprego, queda do PIB e a possibilidade de uma recessão econômica de escala mundial.

E o que isso tem haver com Futebol?

O post originou-se de uma indagação do comentarista esportivo da ESPN Paulo Vinícius Coelho, o PVC, que diante da negociação do jovem zagueiro Marquinhos do Corinthians para o Roma questionava se valeria a pena para um jogador de futebol trocar o Brasil para ir para um país afundado na (talvez) maior crise econômica de todos os tempos.

O argumento do garoto é que no Corinthians ele é a quinta opção e tem poucas chances de jogar, ao contrário do time italiano que só possui dois zagueiros – Burdisso e Leandro Castán – e suas chances de atuar são maiores.

No entanto, ele atuará em uma liga que não é mais tão forte como já fora um dia, em uma equipe tradicional, mas que, entretanto não tem muitas pretensões para a temporada. O Roma também vive uma época de vacas magras, de elenco enxuto e sem muito dinheiro para grandes investimentos. É o reflexo da crise do sistema capitalista no futebol profissional.

Na verdade, a maioria dos times europeus vive num período de pouco dinheiro em caixa. Até os poderosos e gastões espanhóis Barcelona e Real Madrid apertaram os cintos, mesmo levando em conta os quase 40 milhões de euros pagos pelo meia Modric, pelo time madrileno: uma temporada de poucas contratações, perante a gastação desenfreada de outrora.

Tirando exceções como o PSG, que contam com investimentos vindos do Oriente Médio e/ou dos magnatas russos, os times europeus tem procurado uma política de contratação moderada.

É engraçado perceber que nos dias atuais, as jovens promessas preferem ir para ligas menos importantes ou times que não disputam títulos no exterior para poder jogar. Nas décadas de 1980 e 1990, as jovens promessas eram emprestadas aos times do interior para jogar e adquirir experiência. Voltavam amadurecidos e logo viravam titulares, como o caso do Viola e do Casagrande que jogaram no São José e no Caldense respectivamente, assim que viraram profissionais.

Hoje o Marquinhos vai ganhar experiência no Roma. E os times europeus vêm atrás de jogadores com 18 anos, reservas nos times brasileiros, para reforçarem seus elencos.

Parece contra-senso...

Eu se fosse jogador e tivesse 18 anos, preferiria ficar no Brasil. Os salários são bons – equiparados aos da Europa – sendo o custo de vida relativamente baixo, perto das principais cidades européias. A estrutura de boa parte dos clubes brasileiros, sobretudo os de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são tão boas (ou melhores) que da maioria dos clubes europeus.

Se quisesse ter chance de atuar, pediria para ser emprestado para algum time de menor expressão, que dispute a Série B do Brasileiro. Atuaria por esse clube por uma ou duas temporadas, ganharia experiência e amadureceria disputando um campeonato complicado e voltaria para brigar por posição no meu time formador. Iria para Europa apenas se fosse para atuar num grande clube, com condições de ganhar a Champions League.

Entre ter oportunidade de jogar num grande clube Brasileiro como o Corinthians ou ir atuar na quinta ou sexta força do Calcio, é melhor ficar no Brasil e ter chances de ser campeão brasileiro ou sulamericano.

Infelizmente hoje os jogadores são alienados e fazem aquilo que seu staff quer. Não tem opinião própria, a compram de seus empresários e vão se esconder na Rússia ou na Ucrânia. Largam a possibilidade de jogar nos maiores clubes do Brasil para disputar posição em times médios da Europa, enquanto muitos fazem o caminho inverso.

A crise não é só financeira. É de personalidade...

sábado, 11 de agosto de 2012

Comunicado aos amig@s leitores...

Leitores amig@s do Futebol, História e Futilidades,

Vocês devem ter reparado que o blog anda meio parado essas últimas semanas. Isso ocorre porque apesar do blog ter completado poucos meses de vida, estamos pensando numa reformulação.

Achamos que os posts estão comentando demais os campeonatos: o blog está comentarista de futebol demais e História e Futilidades do futebol de menos, ou seja, vinha perdendo sua essência e o propósito ao qual foi criado.

A partir de agora, os campeonatos não serão mais comentados rodada a rodada, fase a fase. Faremos um comentário antes do início dos torneios, falando um pouco de sua Hstória, de curiosidades, de perspectivas e prognósticos. Ao final dos torneios, procuraremos fazer uma narrativa histórica do que ocorreu durante o campeonato, curiosidades, estatísticas e atenção especial ao time campeão.

No mais, retomaremos posts que narrem nossas aventuras em estádios, curiosidades sobre o esporte bretão, dicas de leitura, filmes e músicas, outros tipos de futebol que existem por aí, história dos clubes tradicionais do Brasil e do Mundo, entre outras temáticas que apareçam.

Agradecemos a compreensão e esperamos que continuem acessando o Futebol, História e Futilidades.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dica de Leitura #6


Nossa dica de leitura hoje também pode ser considerada uma homenagem a todos os leitores palmeirenses, aos amantes de futebol, aos devotos de um santo. Um homem simples, de uma cidade mais simples ainda, no interior de São Paulo, chamada Oriente. Este homem, filho do seu Ladislau e da dona Antonia, é Marcos Roberto Silveira Reis, o São Marcos de Palestra Itália.

Um santo consagrado pela torcida devido aos milagres embaixo das traves palestrinas e também da seleção brasileira que nos deu o penta em 2002, mas glorificado por seu caráter de saber levar a vida de um jeito humilde, fazendo dele uns dos poucos atletas do futebol admirado não só pela sua torcida.

Nunca gostou de ser chamado de santo e, sendo assim, Nunca Fui Santo é a obra assinada por um outro gênio, não dos campos, mas das palavras, o escritor e jornalista Mauro Beting, que teve a missão de transcrever as peripécias vividas por Marcos nos seus 39 anos completados no último dia 4, seja nos gramados ou fora deles.

São vários "causos", a maioria divertidíssimos, que fazem da leitura um bate-papo entre amigos sobre futebol, glória e dificuldades. Estas, sempre superadas com muito bom humor, como toda pessoa deve fazer, ainda que nunca venha a ser um santo.


NUNCA FUI SANTO
Mauro Beting
Universo dos Livros
167 páginas

domingo, 5 de agosto de 2012

Um Olhar Sobre a Cidade

São Paulo é uma cidade que tem história pulsante, nos convidando a todo dia descobrir algo a mais sobre ela, seja uma particularidade, um fato interessante, que talvez não seja percebido diante de tanta correria e caos. Quem mora nela sabe que, principalmente na região central, o fim de semana é o período ideal para ver a cidade como ela realmente é. Convidamos você, caro leitor, a um pequeno passeio de domingo na capital paulista.



Começamos nosso passeio pelo Pátio do Colégio, aqui temos, com os padres jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, um núcleo para catequização de  índios, que foi considerada o marco inicial da cidade de São Paulo, criado em 25 de Janeiro de 1554. Porém, esta construção não é a original, vítima de um desmoronamento de causas desconhecidas, mas sim uma feita nos mesmos moldes, em 1954. Abriga, entre outros hoje, o Museu Anchieta, Biblioteca e uma cripta com o fêmur do padre que batiza o museu.


Logo ao lado do Pátio do Colégio temos, projetado por Ramos de Azevedo, entre 1881 e 1891, conjunto arquitetônico que abriga Secretaria da Justiça desde 1997, destaca-se no Pátio do Colégio, centro da capital paulista. Ramos de Azevedo é considerado o mais importante e prestigiado construtor da nova imagem institucional de São Paulo nas duas primeiras décadas do século XX. Dentre suas principais obras podem-se destacar: o Teatro Municipal, o Palácio das Indústrias, a agência central dos Correios e Telégrafos e o Liceu de Artes e Ofícios (atual Pinacoteca do Estado).
Ação de pichadores tira a beleza da edificação
Saindo dali à direita, logo chegamos na rua de mesmo nome. Conhecida por muitos até em letras de músicas, a Rua Direita faz parte do chamado triângulo histórico de São Paulo, formado também pelas ruas São Bento e Quinze de Novembro. Atualmente, a rua Direita mantém sua tradição de lojas e comércio que sempre teve, não tão importante como já foi, mas ainda sim de passagem obrigatória para qualquer pessoa que por ali passa em um passeio pelo centro de São Paulo.

Em metade do século 19, a rua Quinze de Novembro já se consolidava como principal artéria econômica do triângulo histórico.  Entre os anos da República até a década de 40, São Paulo viveu a “belle epóque” e já viria a se considerar a capital econômica e cidade mais desenvolvida do Brasil, e claro, tanto desenvolvimento refletiu no triângulo e principalmente na XV de Novembro, agora tomada por bancos e gigantescos arranha-céus.

A Rua São Bento seria então a parte religiosa deste triângulo, ligando o Mosteiro de São Bento ao Largo de São Francisco, duas das principais Igrejas da cidade. Algumas imagens para ilustrar nosso passeio:

Mosteiro de São Bento











Rua São Bento com o Mosteiro ao fundo











Outro ponto importante de se visitar em São Paulo é o Teatro Municipal. Localizado na rua Xavier de Toledo, é uns dos maiores da cidade, além de ser cartão postal e ponto de encontro para quem gosta de se divertir pelo centro. Em frente ao teatro, temos hoje as Casas Bahia, porém, numa época em que os shopping centers eram poucos, o grande lance era levar a criançada para visitar o Mappin, um magazine com seu indefectível relógio,  um grande centro de compras e, por que não, de lazer, para todos os paulistanos. 



Esse post é só um aperitivo para quem quiser conhecer um pouco mais dessa incrível cidade, o valor do passeio e a duração dele depende exclusivamente de seu fôlego e curiosidade ou, no máximo, um bilhete de metrô. Aproveite!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Copa Sulamericana 2012

Olá amigos, começou a Copa Sulamericana 2012 (Sudamericana em Espanhol, Sulamiranda para os mais íntimos), mais um atalho para os times brasileiros que anseiam participar da Taça Libertadores da América no ano que vem. Para essa edição, as oito equipes que representam nosso país são, na ordem em que terminaram o Brasileirão do ano passado: São Paulo, Figueirense, Coritiba, Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Atlético Goianiense e Bahia.

Os primeiros confrontos realizados terminaram da seguinte forma:

Bahia 0x2 São Paulo - Rogério Ceni, de falta com extrema maestria e Ademílson

Palmeiras 2x0 Botafogo - El Pirata Barcos marca dois golaços

Grêmio 1x0 Coritiba - André Lima de bola parada

Atlético Goianiense 1x1 Figueirense - Márcio, o goleiro artilheiro do cerrado e Loco Abreu

Em negrito estão os palpites deste que vos escreve e os jogos de volta estão marcados para 22 e 23 de agosto e estaremos de olho para ver o que vai acontecer.

Se antes, era um torneio sem graça que não valia nada, agora que premia o vencedor com a vaga à Libertadores, a Sulamericana pode ser uma redenção aos times brasileiros, em especial ao São Paulo, cuja cobrança é maior. A exceção é, obviamente, ao Palmeiras, por ter sua vaga garantida pela Copa do Brasil. Até a próxima!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Torneio Olímpico de Futebol Masculino - Londres 2012


Terminou hoje a primeira fase do torneio olímpico de Futebol masculino.

Algumas barbadas e algumas enormes surpresas e as duas principais foram a eliminação da Espanha e do Uruguai. Ambas vinham fortes e como favoritas a disputa por medalhas, inclusive ao ouro olímpico, mas sucumbiram diante de seleções com menos expressão como Senegal e Honduras.

No geral, o Futebol, História e Futilidades acertou em cheio os classificados dos Grupos B e C: México e Coréia do Sul no primeiro; Brasil e Egito, no segundo. Já nos grupos A e D a bola de cristal falhou, e acertamos apenas um dos classificados: a Grã Bretanha no A; o Japão no D.

As outras seleções classificadas foram as surpresas Senegal no Grupo A, em que sugerimos o Uruguai e Honduras no Grupo D, em que o palpite era a Espanha que foi desclassificada sem marcar nenhum gol nos três jogos disputados.

Nesse sentido, os principais favoritos ao ouro são Brasil e México, nessa ordem. Os times africanos, Egito e Senegal, requerem um olhar especial já que as seleções do continente costumam aprontar nos torneios olímpicos de Futebol, onde a Nigéria e Camarões já levaram o ouro em 1996 e 2000 respectivamente.

Como de costume, os confrontos de quartas-de-final e os palpites:

Japão (1º do D) x Egito (2º do C) – É o duelo mais equilibrado dessa fase. O Japão se mostrou forte ao bater a Espanha na primeira partida da fase de grupos, enquanto o Egito mostrou força e bom futebol, principalmente no segundo tempo na partida contra o Brasil. Palpite: Japão

México (1º do B) x Senegal (2º do A) – Será uma partida do futebol de posse de bola do México, contra o futebol força e incisivo do Senegal. O México confirmou os prognósticos de possuir uma boa equipe, com jogadores de experiência internacional. Enquanto isso, o Senegal surpreendeu no Grupo A e promete aprontar na fase eliminatórias. Palpite: Senegal

Brasil (1º do C) x Honduras (2º do D) – O Brasil confirmou-se como a melhor campanha da primeira fase do torneio com três jogos e três vitórias, além de ter tido um ataque bastante positivo, com nove gols. Honduras surpreendeu a Espanha, em que venceu por 1x0 e vem empolgada pelo bom desempenho. Palpite: Brasil

Grã Bretanha (1º do A) x Coréia do Sul (2º do B) – Apesar da surra que levou do Brasil, a Grã Bretanha mostrou a força em jogar em casa e bateu o favorito Uruguai. Já a Coréia do Sul vem demonstrando evolução na prática do futebol e vem se consolidando como uma das boas seleções asiáticas. Acredito numa partida difícil, com vitória da seleção da casa. Palpite: Grã Bretanha

Após as partidas das quartas-de-final, que ocorrerão neste sábado, dia 04/08, voltaremos comentando as partidas e falando dos confrontos semi-finais.