segunda-feira, 28 de maio de 2012

Até onde é vantajoso - para o jogador e para o clube - jogar contundido?


Como prometido, falemos um pouco sobre jogadores que jogam contundidos, e que muitas vezes entram em campo após tomar infiltrações de analgésico para driblar as dores e ajudar o seu time. O post é reflexo da atuação do meia santista Paulo Henrique Ganso, que atuou no jogo contra o Vélez Sarsfield, pelas quartas-de-final da Taça Libertadores da América, a base de infiltrações e com uma artroscopia no joelho marcada para o dia seguinte a partida.

Não acho que o time da Vila Belmiro atuou com um jogador a menos, até porque o gol que levou a decisão para as penalidades máximas saiu de uma bola enfiada pelo PH Ganso, que converteu sua cobrança inclusive. Mas a pergunta que fica é qual o limite para um jogador, que atua com problemas físicos, em um lugar tão delicado como o joelho?

No futebol é cada dia mais comum lesões graves no joelho. E não precisa ser profissional: no nosso clássico evento “Futebol com os Amigos”, que já ocorre a três anos entre amigos da faculdade, tivemos um atleta que sofreu uma lesão nos ligamentos do joelho. Além disso, são inúmeros os exemplos de jogadores profissionais com esse tipo de problema: Ronaldo (o caso mais célebre), Nilmar, Edu Gaspar, Raí, Rodrigo Fabri, Pedrinho (que operou o joelho três vezes), Luizão, Juninho Paulista, entre tantos outros.

Temos também, dois craques do futebol brasileiro que foram derrotados pelas seguidas lesões no joelho, em uma época que a medicina não era tão avançada: Garrincha e Reinaldo. Ambos os atletas jogaram muito tempo à base de infiltrações no joelho, mas sucumbiram.

Eu mesmo, quando mais jovem e disputava alguns torneios amadores, cheguei a jogar algumas vezes à base de infiltração. Machuquei meu menisco num jogo de bola na rua, quando cai e bati o joelho na guia. É verdade que a infiltração alivia as dores imediatamente; é verdade também, que após o efeito passar, as dores ficam muito piores. Até hoje, meu joelho não é 100%, mas é suficiente para poder bater uma bolinha com os amigos, aos finais de semana.

É sabido, que o esporte de alto rendimento não é saudável. Os atletas profissionais sentem muitas dores e se machucam com certa facilidade. No entanto, acho temerário um atleta entrar em campo com cirurgia marcada ou a base de infiltrações, em pleno momento em que a medicina é tão avançada. Os clubes em geral tratam muito mal seu patrimônio mais valioso, que são os jogadores. Eles jogam em quaisquer condições, e quando encerram sua carreira – muitas vezes – não tem respaldo algum dos clubes que defenderam.




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