quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Parte uma estrela...


Por Martins e Sousa*

Sylvia Krystel foi uma atriz e modelo holandesa que ganhou fama mundo afora pela clássica série erótica Emmanuelle. Todo guri, ao menos uma vez na vida, deve ter ficado até tarde acordado, num sábado de madrugada, para assistir a pelo menos um filme da série no programa – também clássico – da rede Bandeirantes, Cine Prive.

O primeiro filme em que Emmanuelle aparece é de 1969, chamado Io, Emmanuelle, baseado no livro The Joys of the Woman da autora Emmanuelle Ars. No entanto, a Krystel só encarnaria a personagem principal a partir de 1974 com a recriação do filme. A atriz holandesa continuou interpretando a personagem-título em Emmanuelle 2.

A partir disso, surgiu uma série de filmes que seriam supostas continuidades da série erótica durante a década de 1980 e 1990, inclusive uma versão de ficção científica um tanto bizarra, em que Emmanuelle ia ao espaço sideral. No entanto, a partir de 1980 Krystel deixou de interpretar a personagem principal, apesar de fazer diversas aparições enquanto Emmanuelle mais velha.

Hoje, vítima de complicações sofridas após um AVC, a atriz que fez a cabeça de várias gerações de guris faleceu.

Mas podemos dizer que Emmanuelle já havia morrido com a alta propagação da pornografia na internet, que fez com que se perdesse o certo glamour que existiu outrora Hoje vemos mulheres seminuas em horário nobre, seja em novelas, filmes não-eróticos, programas de auditório, entre outros. 

Nos idos da década de 1980 e início da de 1990, era praticamente impossível ver qualquer tipo de seminudez na TV ou cinema; revista do tipo Playboy eram artigos raros e caros, exceção feita ao Carnaval e seus bailes televisionados ao longo da madrugada, conforme vimos reaparecendo com fervor, até em recordações na disputa política pela prefeitura de São Paulo.

O Cine Prive, junto com Emmanuelle, rompeu essas barreiras e inaugurou a alegria da meninada, talvez até no prazer pelo proibido, no fato de ter que ver tais filmes escondidos dos pais e, porque não dizer, na descoberta do próprio sexo. A internet acabou com o glamour do erotismo com a pornografia explícita. 

Pode-se fazer um paralelo: do mesmo modo que a internet acabou com o erotismo, a TV e o Pay-per-view vêm acabando com o glamour de ir ao estádio de futebol. Hoje ninguém mais assiste a filmes eróticos pela vasta oferta de pornografia na rede, do mesmo modo que os estádios do Brasil vêm assistindo ao seu esvaziamento, ano a ano.

Fica aqui o luto do Futebol, História e Futilidades pela morte de Sylvia Krystel.

Mas principalmente a campanha para que o torcedor comum volte aos estádios!!!

* sugestão de nosso leitor Francisco Rômulo, vulgo Lixo.

4 comentários:

  1. Caro Jeléia, não concordo muito com sua tese de que "Pode-se fazer um paralelo: do mesmo modo que a internet acabou com o erotismo, a TV e o Pay-per-view vêm acabando com o glamour de ir ao estádio de futebol. Hoje ninguém mais assiste a filmes eróticos pela vasta oferta de pornografia na rede, do mesmo modo que os estádios do Brasil vêm assistindo ao seu esvaziamento, ano a ano.", pois se assim fosse também estariam perto do fim os cinemas e os espetáculos musicais. Sei não...

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    1. Caro Satanás,

      Não acredito que torcida ao estádio esteja perto do fim. Mas penso que há um nítido esvaziamento dos estádios de futebol e isso se corrobora com as estatísticas. Isso é fruto sim do televisionamento das partidas, concomitante a crescente onda de violência e do próprio preço dos ingressos. É um fenômeno de múltiplas causas...

      O Cinema teve uma redução furiosa na quantidade de expectadores com a criação da TV, assim como os espetáculos teatrais. Lembro do meu vô comentando que ia ao cinema toda semana assistir a série do Tarzan com o Johnny Weissmuller. Hoje apenas superproduções arrastam multidões as salas de projeção.

      Os shows musicais são um caso a parte, pois a tietagem é um fenômeno sociológico (ou psiquiátrico) a ser melhor estudado.

      Enfim, são apenas teses...

      Abraço

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  2. Foram muitas descascadas na infância sonhando com ela =/ hahaha dizem que essa noite haverá um pu...taço em homenagem a ela!! rsrs

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  3. É Jeléia... Acho que vc me convenceu, a não ser pela questão dos cinemas. É verdade que muitos cinemas foram fechados com o advento da TV, mas (apesar de reprovar o modelo) muitas outras salas foram abertas nos shoppings centers.
    Não sei quando foi o auge das salas de cinema no Brasil e no mundo, mas em contrapartida penso que não estamos num momento de declínio ou decadência... Enfim, são apenas futilidades teóricas, nada além do que nosso blog propõe!!!

    Um abraço!

    Ass.: Satanás, vulgo Rodrigo, ou Japa, hehehe...

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