sexta-feira, 26 de abril de 2013

Futebol pelo Mundo - Alagoas


Sábado, 14 de janeiro de 2012. Pouco mais de meio-dia.

Estava passando férias em Arapiraca, Agreste do estado de Alagoas. Segunda maior cidade do estado, com 220 mil habitantes, é conhecida como a Capital do Fumo, por ser uma das maiores produtoras de tabaco do país. Apesar das grandes empresas beneficiadoras de tabaco tenham saído para a região Sul, ainda é muito comum ver enormes plantações de fumo, pessoas destalando as folhas na porta de suas casas e enormes rolos secando ao sol.

A viagem foi uma das experiências mais bacanas que já tive: 2.500 quilômetros de estradas pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Sergipe, revezando a direção com meu sogro; conhecer e nadar no Rio São Francisco; conhecer as praias mais bonitas do Brasil; e conhecer a maravilhosa família da minha namorada, que me adotou de fato.

Mas o que tudo isso tem a ver com futebol, afinal?

Como publicado em outro post, no início do blog, gosto de ver partidas de futebol quando viajo a outros lugares, nem que seja de várzea. Dessa vez não foi diferente.

Nesse exato dia 14 de janeiro, tive uma experiência fantástica assistindo a partida de abertura da Primeira Divisão do Campeonato Alagoano, ASA X CEO. É engraçado perceber que boa parte dos times alagoanos, tem nomes em forma de siglas: ASA, CEO, CRB, CSA, CSE...

No meu caso: Agremiação Sportiva Arapiraquense X Centro Esportivo Olhodaguense, de Olho d’Água das Flores, do sertão alagoano.

Estávamos acomodados no povoado do Pau D’Arco, pouco mais de 10 quilômetros do centro de Arapiraca. Um clima bastante agradável de cidade do interior, onde quase toda a família de minha namorada, a Sika, reside.

Durante a semana, ficamos especulando de ir ao jogo. Uma prima da Sika se animou e organizou tudo para que pudéssemos ir. Chegando o dia, lá fomos nós esperar o ônibus (que passa de hora em hora), para ir a cidade acompanhar a partida: Sika, Jé (meu cunhado), Alexandra, Bombom e Alice (primas da Sika) e eu.

Chegamos ao centro da cidade e caminhamos por cerca de vinte minutos até o estádio. Era pouco depois das 14h, quando estávamos na bilheteria do Estádio Coaracy da Mata, conhecido como Fumeirão.  O nome é em homenagem ao prefeito da cidade na década de 1950 e também fundador do ASA; o apelido, é justamente pela cidade ser conhecida como grande produtora de fumo.

Vinte reais o ingresso, mas o casadinho saía pelo mesmo preço. No entorno do estádio, aquela esfera que não existe mais em São Paulo: uma série de barracas de ambulantes, vendendo uma variedade de lanches e bebidas.

Antes de entrar, uma revista policial bem truculenta.

E um sol de rachar mamona. Calor dos bravos para um jogo as 15h.

Ao entrar no estádio, uma surpresa. Tudo muito bonito, bem cuidado, gramado em ordem, banheiros limpos. Coisa rara nos estádios, principalmente os de times menores.

O ASA, como todos sabem, ficou conhecido no cenário nacional ao desclassificar o Palmeiras da Copa do Brasil de 2002. Hoje é uma das forças do futebol alagoano, disputando a Série B do Campeonato Brasileiro desde 2010 e foi vice-campeão da Copa do Nordeste em 2013.

Já o CEO era um time recém-promovido a divisão principal do campeonato estadual.

O pessoal ficou meio chateado ao saber que o craque do time, Didira, não iria para o jogo. Antes de o jogo começar, chutei 2 X 0 para o ASA. Fiz minhas apreciações sobre os jogadores que pareciam que jogavam bem:  Jorginho, camisa 8 e Lúcio Maranhão, camisa 9 do ASA e o Luciano, camisa 2 do CEO.

O jogo começou com cara de que ia ser bom: logo nos primeiro minutos Danilo Bahia, que substituía o craque Didira, abriu o placar e fez o primeiro gol do campeonato. A partir daí, o ASA começou a cozinhar o jogo que ficou truncado. O ASA não fazia a bola fluir e não chutava em gol. O CEO jogava fechado, explorando contra-ataque.

A torcida não poupava ninguém: jogadores do ASA e do CEO e principalmente o técnico Leocir Dall’Astra. Xingamentos como Febre do Rato e seus derivados (Filho da Febre de Rato, Filho da Doença da Febre do Rato) eram bastante comum. As provocações mais comuns ao adversário são “volta pra fazenda”, “jogador de sítio” ou “isso aqui é gramado de Série B e não aquele chiqueiro onde vocês jogam”, garantiram nossos momentos de alegria no estádio.

Acabou o primeiro tempo.

Lúcio Maranhão, dando jóinha pra torcida!
No começo do segundo tempo, o que parecia difícil de acontecer – diante a fragilidade do CEO – ocorreu: gol de empate do CEO, marcado por Danilo Souza. Torcida é tudo muito parecido e a pressão no time só aumentou. Contudo, aos 15 minutos da etapa final, Lúcio Maranhão, o excelente camisa 9 do ASA, passou a régua e de cabeça e deu números finais ao placar.

O restante do segundo tempo foi muito bom e bastante corrido. Chances para os dois lados, mas o jogo acabou mesmo 2 X 1 para o ASA.

O que mais me surpreendeu, foi saber que existia um jogador nigeriano no banco de reservas do ASA, chamado Alamir e que entrou no segundo tempo. Foi uma contratação bastante alardeada na cidade, mas o jogador era muito fraco e os torcedores ficaram decepcionados.

No mais, voltei com a impressão de que logo o Jorginho e o Lúcio Maranhão estariam na mira de algum clube grande. Excelente jogadores: um volante bastante participativo e um centroavante bom de bola. Já o lateral-direito Luciano não foi tão bem quanto eu imaginava.

Na volta, paramos num lugar denominado Sandubaria Escritório, onde fazem lanches sensacionais. Em homenagem ao jogo, encarei um glorioso ASA Gigante, uma espécie de X-Tudo reforçado, o qual eu recomendo muito.

FICHA TÉCNICA
ASA 2 x 1 CEO
Árbitro: Charles Hebert Cavalcante
Auxiliares: Pedro Jorge Santos de Araújo e Benílson dos Santos Silva


ASA: Zandoná, Chiquinho Alagoano, André Nunes, Edson Veneno e Vitinha; Cal, Jorginho, Valdívia(Henri) e Danilo Bahia (Marcelo Costa); Lúcio Maranhão e Tiago (Alamir).
Técnico: Leocir Dall’astra

CEO: Humberto, Luciano, Humberto Recife, Ítalo e Júlio Tatu; Miranda, Danilo Souza (Jesiel), Alex (Léo) e Pitolo; Deizinho (Buiu) e Neto Bala.
Técnico: Alisson Dantas

Cartões Amarelos: Jorginho e Alamir(ASA); Ítalo(CEO)
Gols: Danilo Bahia 1min 1T e Lúcio Maranhão 15min 2ºT(ASA) Danilo Souza 5min 2ºT(CEO)

sábado, 20 de abril de 2013

A Moleca Travessa

       Nosso post de hoje é uma sugestão da leitora Mylena Fantini, torcedora do Juventus, que nos conta um pouco da sua paixão pelo famoso time da Moóca. Faça como ela, nos conte sua história e, quem sabe, suas palavras serão as nossas. Abraços!



"Bom, no dia 20/04 o meu time comemora 89 anos ... Gostaria de comemorar de uma outra forma esse ano. Infelizmente o Juventus voltou novamente pra A3 .. Mas, enfim, meu amor pelo Juventus é igual amor bandido, mesmo depois de quedas, sei que o sentimento é o mesmo.
Pra quem não conhece, contarei uma breve história de como meu time foi fundado. O time foi fundado aqui na Mooca, bairro com influências operárias desde a imigração.

O Juventus foi fundado com um propósito: Garantir um entretenimento para os funcionários da fábrica de tecidos da tradicional família Crespi (prédio que hoje em dia é o Extra Mooca). Por isso, o estádio do Juve tem o nome de “Estádio Conde Rodolfo Crespi.”
O Clube Atlético Juventus só ganhou esse nome e a famosa cor grená quase 6 anos depois da fundação. Em 1930 entramos de vez na elite do futebol estadual, com o jogo de Juventus x Santos, lá na Vila Belmiro, disputando o Campeonato Paulista da Divisão Principal. 
Já indo ao ano de 1982, o Juventus fez a melhor campanha no Campeonato Paulista, garantindo o time jogar a taça de Ouro de 1983, aonde jogamos com os tradicionais times brasileiros. Ganhamos a taça de Prata de 83. Como dizem “O maior orgulho do Moleque Travesso na História” .
Já em 2012 tivemos acesso à A2, porém a felicidade não durou muito.. 
Como já havia dito, voltamos para o inferno da A3, mas são nas quedas que o amor verdadeiro prevalece.
Em homenagem ao meu time e ao meu amor verdadeiro, eu fiz uma tatto com o ano que o Juve foi fundado =)
Indo mais adiante, em 2005 fomos campeões da A2. Jogo memorável ! (Meu coração até palpita de lembrar). Em 2007 fomos campeões da Copinha, porém esses dias bons tiveram fim em 2008 e 2009, pois foram anos péssimos pro meu Juve, fomos rebaixados para a A2 e um ano depois para a A3.
O Juventus para mim é além de um time. Simplesmente representa um pedaço de história que vem sido apagada com a verticalização mooquense.
Torcer para o Juventus é lutar para que o tradicionalismo não acabe e que as coisas simples da vida criem um valor único, é lembrar sempre dos momentos em família, é saber que você pode apoiar o time cara a cara, é saber que irão ouvir você torcendo ou xingando. 
Torcer pro Juventus me faz sentir que realmente sou torcedora de futebol."




sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ao Ídolo Com Carinho

Geralmente nós ou a imprensa e a mídia de um modo geral ou, por que não dizer, o mundo todo, sempre homenageiam um ídolo quando da partida deste. Essa homenagem se resume a um, dois dias e depois fica no esquecimento. Mas e quando o homenageado é alguém que transpõe essa linha, tornando-se imortal? É disso que pretendo tratar com você hoje, que acompanha o FutHistFut.

Se nosso ídolo morreu é porque ele então não era de fato nosso ídolo. Eles não morrem. Digamos que fique mais difícil de conseguir um autógrafo, tirar uma foto, mas ele está lá, ou melhor, está aqui, dentro da memória de cada fã, de cada pessoa que admirava seu trabalho.



Joelmir Beting é um desses heróis. Herói economista. Por que? Ele nos salvou da inflação? Não, mas ele ajudou a entendê-la, com sua maestria em decifrar linguagens extensas e complexas e transformá-las num bate-papo informal durante anos na TV e no rádio. Me lembro da minha infância, de ouvir aquele homem falando no telejornal sem saber uma palavra sequer do assunto mas com uma atenção imensa naquele modo simples de falar que cativara não só a mim, como a todos os que estavam na sala.

Jornalista e eterno palmeirense, cujo amor o fez deixar o jornalismo esportivo, ainda assim tenho a certeza de que tinha e tem orgulho do filho Mauro que seguiu a mesma profissão, a mesma paixão. Paixão essa que começa com P de Palestra, P de Palmeiras, P de Pai, do qual também sempre me orgulho do meu.

Eu termino o post homenageando a Família Beting pela importância na história do jornalismo e também do Palmeiras e deixo uma das célebres frases do Seo Joelmir:

"Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!".