Numa conversa de boteco há uns
três meses atrás, os autores desse blog, discutíamos se o Atlético-MG sendo
campeão brasileiro de 2012 seria uma chaga para o futebol brasileiro, já que
marcaria a redenção do Ronaldinho: a vitória do jogador insolente, que só joga
quando tem vontade e faz sempre o que quer.
A divergência foi grande, mas
passados três meses o campeão brasileiro deste ano saiu com três rodadas de
antecedência: o Fluminense.
A pergunta que fica é: será que o
título do Fluminense não seria também uma chaga para o futebol brasileiro?
Digo isso porque o triunfo do
tricolor carioca é a redenção do amadorismo que marcam o futebol carioca: falta
de estrutura para treinamentos, ingerência do dono do patrocinador no
departamento de futebol, uma diretoria/presidência de fachada e uma grande
injeção de recursos financeiros que saem do bolso do consumidor que contratam a
operadora de plano de saúde e que muitas vezes não torcem pelo time carioca.
A maior folha salarial do Brasil
é do time carioca e faz com que seja um excelente time de futebol, sem dúvidas.
São R$7,5 milhões de reais por mês, sendo que R$5,5 milhões saem dos cofres da
patrocinadora, que paga R$10 por consulta para os médicos cadastrados.
Ninguém nega que o time do
Fluminense é muito bom e muito bem montado por Abel Braga. Ninguém nega que a
campanha do tricolor carioca foi quase perfeita: apenas 3 derrotas em 35 jogos,
incríveis 72,4% de aproveitamento.
Mas enfim.
Os atletas, comissão técnica e
torcida merecem todos os cumprimentos pelo título e pela campanha.
Mas esse modelo de gestão merece
ser questionado. Se a patrocinadora sair amanhã, o que vai ser do Fluminense?
Enquanto o dono da operadora de
saúde brinca de cartola, o clube – enquanto instituição – se enfraquece.
A pergunta que fica é: será que a
vitória do Fluminense é bom para o futebol brasileiro?
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