sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fluminense: o Campeão Brasileiro de 2012


Numa conversa de boteco há uns três meses atrás, os autores desse blog, discutíamos se o Atlético-MG sendo campeão brasileiro de 2012 seria uma chaga para o futebol brasileiro, já que marcaria a redenção do Ronaldinho: a vitória do jogador insolente, que só joga quando tem vontade e faz sempre o que quer.

A divergência foi grande, mas passados três meses o campeão brasileiro deste ano saiu com três rodadas de antecedência: o Fluminense.

A pergunta que fica é: será que o título do Fluminense não seria também uma chaga para o futebol brasileiro?

Digo isso porque o triunfo do tricolor carioca é a redenção do amadorismo que marcam o futebol carioca: falta de estrutura para treinamentos, ingerência do dono do patrocinador no departamento de futebol, uma diretoria/presidência de fachada e uma grande injeção de recursos financeiros que saem do bolso do consumidor que contratam a operadora de plano de saúde e que muitas vezes não torcem pelo time carioca.

A maior folha salarial do Brasil é do time carioca e faz com que seja um excelente time de futebol, sem dúvidas. São R$7,5 milhões de reais por mês, sendo que R$5,5 milhões saem dos cofres da patrocinadora, que paga R$10 por consulta para os médicos cadastrados.

Ninguém nega que o time do Fluminense é muito bom e muito bem montado por Abel Braga. Ninguém nega que a campanha do tricolor carioca foi quase perfeita: apenas 3 derrotas em 35 jogos, incríveis 72,4% de aproveitamento.

Mas enfim.

Os atletas, comissão técnica e torcida merecem todos os cumprimentos pelo título e pela campanha.

Mas esse modelo de gestão merece ser questionado. Se a patrocinadora sair amanhã, o que vai ser do Fluminense?

Enquanto o dono da operadora de saúde brinca de cartola, o clube – enquanto instituição – se enfraquece.

A pergunta que fica é: será que a vitória do Fluminense é bom para o futebol brasileiro?

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