Fim de campeonato chegando e a grande discussão do momento está nas mãos da CBF. Discussão essa fruto da mão do artilheiro, puxado pelas mãos do zagueiro, que o juiz não viu mas depois ouviu o que alguém de fora havia visto. Essa tamanha sinestesia é fruto de uma anestésica e letárgica decisão do uso ou não da tecnologia dentro da partida de futebol para a solução de questões polêmicas, como a da semana passada, entre Internacional e Palmeiras. É esse 'pode' ou 'não-pode' que leva a debates intermináveis nas mesas de bar (até baixarem as portas) e que nós convidamos o leitor a participar dizendo o que pensa sobre ética no futebol.
O conceito de ética, através da História, altera-se tanto pelo tempo como pelo grupo social que o formula. Na Grécia Antiga, Aristóteles, em Ética a Nicômaco, assume o papel de um pai preocupado com a educação e a felicidade de seu filho, mas não somente isso, como também a intenção de fazer com que as pessoas reflitam sobre as suas ações e coloque a razão acima das paixões, buscando a felicidade individual e coletiva, pois o ser humano é um ser social e suas práticas devem visar o bem comum.
Já na Roma de Nero, em se tratando de ética política, há conceitos que hoje não se aplicariam mais como éticos, por exemplo, a submissão do Senado e a centralização do poder nas mãos do imperador, ou seja, o tempo pode nos mostrar que o homem busca, ou ao menos tenta, maneiras diferentes de entender e de viver com determinado conceito.
Fazendo um paralelo com o futebol, será que já está na hora da implementação de tecnologias que venham a suprir qualquer tipo de erro ocasionado por uma interpretação errônea por parte da arbitragem? Isto fere a ética? Isto cria uma nova ética? Até que ponto o chamado fair play não é induzido pela equipe adversária para adquirir uma certa vantagem durante a partida? Talvez tais perguntas ainda levarão um certo tempo a serem respondidas, o fato é que, quando elas surgem, quem fica em segundo plano é o próprio futebol.
O bacana do futebol é a discussão que a partida ocorrida no domingo, gera na segunda-feira. Acabando-se isso, acabaria a graça do futebol. Sou contra o uso da tecnologia, porque tornaria o futebol chato, tal qual o futebol americano. Mas acho que arbitragem precisa de treinamento e profissionalização urgente, para que se padronize as decisões. Não pode haver espaço para interpretação: mão é mão, pênalti é pênalti, falta é falta. Isso diminuiria demais os erros de arbitragem. Vale lembrar que no futebol sem arbitragem, tal qual o FF, o senso comum prevalece e as brigas são ínfimas. Não vejo outra solução...
ResponderExcluirPor fim, acho um absurdo um time se safar do rebaixamento (ou ser campeão) por um lance irregular. Por mais que prefira o Palmeiras na Série A, seria desmoralizar demais o futebol brasileiro (que já é desmoralizado demais) se esse jogo for adiado...
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