O
sonho de todo jogador é vestir a camisa da Seleção Brasileira, mas
nem todo jogador que a veste está no sonho da torcida. É o caso do
zagueiro Durval, que estreou como titular do Brasil contra a
Argentina no Super Clássico das Américas, em que o escrete
Canarinho venceu na cobrança de pênaltis.
Durval, o homem que consegue marcar dois gols contra em duas finais de Libertadores em 2005 e 2011, é também um predestinado, tem em seu histórico 10 títulos estaduais consecutivos pelo Botafogo-PB (2003), Brasiliense (2004), Atlético-PR (2005), Sport Recife (2006 a 2009) e Santos (2010 a 2012).
Está
bem longe de ser um craque. Entretanto, com esse decréscimo
qualitativo do futebol brasileiro nas últimas décadas, também não
pode ser taxado como perna-de-pau. Não compromete e faz bem sua
função, de vez em quando, até consegue marcar seus golzinhos.
Dificilmente será convocado para a Copa das Confederações em 2013 ou para a Copa do Mundo em 2014. No entanto, isso pouco importa.
Dificilmente será convocado para a Copa das Confederações em 2013 ou para a Copa do Mundo em 2014. No entanto, isso pouco importa.
Durval
encarna o anti-herói. Tímido, humilde e sem nenhum apelo
mercadológico como seu companheiro de time Neymar, não provoca
gritos histéricos das adolescentes que sonham em ser suas princesas
encantadas.
Contudo,
quantos sorrisos ele não deve ter arrancado de seus conterrâneos na
pequena Cruz do Espírito Santo, na Paraíba e em todo o nordeste
brasileiro?
Enquanto
para a maioria dos torcedores brasileiros simboliza o anti-futebol, o
brucutu, um mal que deve ser extirpado do futebol brasileiro, para
outros ele encarna a bravura e o senso de honradez, digno de um herói
popular.
Apesar
da crítica dos “especialistas de plantão”, temos quase certeza
que houve festa na sua cidade natal. Outra semelhança com os famosos
cangaceiros do sertão nordestino. Mas acreditamos que muito mais
pela convocação de seu filho do que pela conquista canarinho.
A
Seleção Brasileira, para nós torcedores brasileiros, tem perdido cada vez
mais seu valor. O quem tem valido nos últimos anos são justamente
essas histórias particulares (talvez reflexo dessa nossa sociedade
cada vez mais individualista?). E nada mais foi tão bacana na noite de quarta do
que o depoimento com voz embargada do emocionado Durval após o
final da partida.
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